domingo, 15 de setembro de 2013

CONFLITO NO TRÂNSITO



Com a inadequação do transporte coletivo para as necessidades da população, sobretudo em relação à pressa - que o tipo de vida levado pela maioria dos moradores das cidades vem impondo - outros meios de locomoção passaram a ser mais utilizados. Entre eles estão a motocicleta e a bicicleta cuja participação no espaço das vias públicas é crescente.

No entanto as cidades não estão planejadas para receber mais veículos além de automóveis que também já estão com dificuldades de fluidez, principalmente em horários de pico (entrada e saída do trabalho, vésperas de feriado etc.). Já faz muito tempo que a infra-estrutura da cidade prioriza o automóvel, no lugar do ônibus; e as estradas o caminhão no lugar do trem de passageiros e carga. Em razão disso as pessoas que utilizam motocicletas e bicicletas para seus deslocamentos deveriam agir com maior precaução na busca de espaço nas vias intra-cidades e entre-cidades.

Mas não é isso que geralmente acontece. A imprudência está cada vez mais presente no dia-a-dia dos condutores de veículos em geral. Na quinta-feira, 29/8, num dos cruzamentos movimentados da cidade de Cravinhos (SP) se presenciou um ciclista adolescente descendo uma das ruas em velocidade incompatível com o local e não conseguindo frear a bicicleta a tempo passou com o sinal fechado e por pouco não foi atropelado. No mesmo dia e cidade uma senhora manobrava o automóvel para sair da vaga de estacionamento da rua sem dar sinal luminoso para orientar sua intenção. Essa imperícia somente não provocou uma batida com outro carro porque ele vinha passando em baixa velocidade.

Também no dia citado, desta vez na região central de Ribeirão Preto (SP), um automóvel passou com o sinal fechado num cruzamento perigoso e cometeu grave acidente. Como se não bastasse os órgãos de comunicação noticiam os repetidos acidentes de trânsito envolvendo diferentes meios de transporte possuídos por deferentes classes sociais.


Esse comportamento conflituoso aponta para dois responsáveis. O condutor imprudente e ou que age com imperícia enquanto usa o veículo e os planejadores urbanos e governantes que ainda aprovam bairros sem levar em conta que o mundo mudou e é preciso superar o modelo urbanístico atual. Agora a cidade precisa ser pensada com enfoque no pedestre, transporte coletivo, e nos sistemas ciclo viários, inclusive para motocicletas.