Vive-se uma
etapa da civilização em que os produtos descartáveis tomaram conta da
preferência da grande maioria das pessoas pelo mundo afora. Os descartáveis
associados à obsolescência programada (os produtos são fabricados com data
certa para perder suas condições de uso), ao desperdício e à geração crescente
e contínua de resíduos e rejeitos, por diversas razões, estão entre os
principais problemas sociais, ambientais e espaciais.
Na tentativa de
contribuir com reflexões e conscientizações dos usuários de produtos
descartáveis num dos seus primeiros artigos esta coluna fez uma comparação
entre as fraldas de uso único, também chamadas “descartáveis”, e as de pano
(reutilizáveis) em que se comprovou a vantagem dessa última.
Hoje este artigo
tratará da relação entre o coador de café de uso único e o de pano por meio dos
argumentos de Camila Borelli, coordenadora de um curso de engenharia têxtil que
defende o uso desse último por que ele “polui menos que filtro descartável de
pasta de celulose”. Além disso, Borelli
diz que “o tecido, com poros ideais para coar café, é feito de algodão puro e
se reintegra à natureza em até cinco meses. Enquanto o coador de tecido tem
vida útil média de seis meses, se lavado com sabão neutro após o uso, o de papel
vai para o lixo depois de cada bule enchido”.
Por outro lado
há quem diga que o método da “meia da vovó” [crença antiga em que o café era
coado na meia da vovó] torna o produto final mais gostoso porque, ao contrário
do coador de papel o de pano não retém o sabor do grão de café moído.
Vale dizer que o
coador de papel descartável de boa qualidade suporta mais uma ou duas “coadas” se remover a borra do pó de café com cuidado para não descolar ou rasgar o produto. Mas, talvez movidos pela comodidade, geralmente, os seus usuários jogam-no fora toda vez que côa o café uma única
vez.
Assim sendo fica a sugestão de adotar o coador de pano e ou adiar o
descarte do coador de papel fazendo o seu reuso dentro das possibilidades
citadas.