Fonte: Google
O presente artigo fundamenta-se nos dados extraídos de estudos realizados pelo seu subscritor, em 2006, 2013 e 2014; por Alejandrina Sáez e Joheni Urdaneta, da Venezuela, em 2014; e do Ministério do Meio Ambiente do Brasil, em 2015.
As informações coletadas permitem dizer que os moradores e usuários das principais cidades latinoamericanas e caribenhas estão produzindo, diariamente, em seus domicílios, cerca de 0,19 a 1,81 quilogramas de resíduos e rejeitos sólidos.
A experiência acadêmica e prática, do autor deste artigo, no tratamento do tema autoriza-lhe a assegurar que as variações nas quantidades produzidas podem ser atribuídas a quatro causas pelo menos. Ou seja, ao porte populacional, à dinâmica socioeconômica, as condições e os hábitos de vida e a qualificação do sistema de educação ambiental, coleta e controle de cada cidade avaliada.
No caso brasileiro, considerando o percentual sobre o total produzido, por exemplo, o Ministério do Meio Ambiente, apurou em 2012, que os resíduos secos ou inorgânicos domésticos representaram 31,9% e os úmidos ou orgânicos 51,4%. Ambos os valores somados totalizaram 83,3% de materiais recicláveis, ou melhor, com potencial de transformação em matéria prima industrial (alumínio, papel, papelão, sucata, vidro etc.), e composto orgânico de uso agrícola. Neste caso, sobrariam 16,7% do total produzido que se denominam rejeitos por não oferecerem condições técnológicas e/ou custo benefício de caráter econômico.
Cumpre ressaltar, todavia, que numa leitura desses percentuais se constata aí a solução técnica e ambientalmente correta para a problemática socioespacial, sobretudo de natureza ambiental e econômica para esses materiais.
No entanto, tem-se a confirmação de que a sua destinação no solo, em aterros ou lixões, constitui-se numa prática usual em parcela das cidades latinoamericanas, como ocorre no Brasil. Aquí, se pôde constatar nas estatítiscas supracitadas que dos 97,5% do total coletado, 77,7% são aterrados, e 19,8% deixados no solo a céu aberto.
E, paradoxalmente, uma das soluções para reduzir substancialmente esse modo de destinação está, principalmente, na adoção de duas medidas simples. Quer dizer, o uso de novas tecnologias e o aproveitamento do alto contingente de pessoas vivendo em situação de risco social nas cidades brasileiras, indistintamente.
Portanto, cumpre afirmar que essa parte da sociedade poderia obter ocupação, renda e vida dígna atuando sob o "guarda chuva" de uma política pública ajustada aos tempos atuais. Isto é, vinculadas a um sistema de gestão integrada em que se inclui a coleta seletiva, os dispositivos de separação para reciclagem e compostagem conforme as normas técnicas e regras cooperativistas.
No entanto, observa-se que o enraizamento político, administrativo e social do antigo modelo de gestão e o baixo grau de cidadania pró ativa estão entre os fatores impeditivos de sua substituição, no Brasil.
Leia mais:
http://www.redalyc.org/pdf/737/73737091009.pdf
http://www.mma.gov.br/port/conama/processos/E99F974D/Doc_PNRS_consultaspublicas1.pdf
http://www.piacabucunews.com.br/novas-tecnologias-para-o-tratamento-de-residuos-solidos/