quinta-feira, 18 de julho de 2013

DESPERDÍCIO DE CONCRETO



O monte de concreto mostrado na foto foi jogado de um caminhão-betoneira, usado no transporte e a aplicação desse produto, num trecho da estrada municipal no prolongamento da Avenida Pedro Amoroso um pouco acima do depósito de resíduos e rejeitos de Cravinhos.
Trata-se de um ato de desperdício de matéria-prima de alto custo na construção civil. Mas não é só isso. Provavelmente o dono da obra pagou pelo material descartado e talvez por isso o fornecedor do concreto e o motorista do caminhão-betoneira não tiveram a preocupação nem de poupar os recursos financeiros do seu cliente nem da mãe natureza. E, por efeito, o custo da obra ficou encarecido, o meio ambiente contaminado e os infratores impunes tendo em vista que não foram identificados.
Mas o problema apontado não se restringe a Cravinhos. Segundo a associação de empresários do setor de concretagem a atividade da construção civil estaria descartando anualmente, 45 mil toneladas de concreto na forma de rejeito. Trata-se de restos de produto não usado nas obras, da lavagem do pátio das centrais de produção e do balão (dispositivo de armazenamento) dos caminhões-betoneira usado no seu transporte até a obra.
Transformado em rejeito o concreto requer manejo ambientalmente correto porque é classificado como perigoso devido suas condições químicas (alcalinidade) poder causar danos ao solo, lençol freático etc. Além disso, se gasta muita água (cerca de 700 litros) nos procedimentos de lavagem desses equipamentos e veículos.
Um aditivo químico desenvolvido por uma universidade brasileira evitaria o endurecimento do concreto no balão do caminhão e outros equipamentos permitindo seu reuso e a economia de água, uma vez que não seria necessário lavá-los a cada carga produzida e despejada na obra. O pesquisador responsável pelo aditivo afirma que sua aplicação, no concreto, não gera efeitos colaterais indesejáveis, seja no seu estado fresco ou endurecido.

Portanto, a solução ambiental e econômica para os restos de concreto fresco existe. É preciso mudar a cultura de donos de obras, empresários e motoristas de caminhão-betoneira que desobedecem as normas técnicas e ambientais, seja pela conscientização, multa ou instauração de processo criminal contra os infratores.

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