O termo horror foi usado
inesperadamente por uma jovem senhora dentro de uma agência bancária em
Ribeirão Preto (SP), na semana passada. Seu gesto de espanto ocorreu quando um motociclista, aparentando pouco mais de 20 anos, se dirigiu a um dos terminais de caixa e, em seguida, foi abordado por um
senhor, que fazia a segurança do local, solicitando-lhe a retirada de sua
motocicleta da frente de uma área de estacionamento porque ela impedia a saída de veículos.
A indignação da jovem
senhora mostrava sua desaprovação com a falta de consideração do motociclista com as
normas da boa convivência nas cidades.
Este não foi um ato isolado. Nota-se
que, a cada dia, aumenta o número de pessoas com mau comportamento no uso dos
bens públicos e particulares de interesse coletivo. Muitos indivíduos agem como
se eles fossem donos das ruas, praças, calçadas, áreas de estacionamento etc.,
ou seja, dos bens de uso comum que constituem patrimônio da cidade e, portanto,
de todos.
O “horror” manifestado pela
mulher é resultado do seu descontentamento com a falta de educação que acomete
um número crescente de indivíduos. A questão do estacionamento da motocicleta
em local proibido foi a “gota d'água”; provavelmente resultou do acúmulo de
vários atos incivilizados presenciados por ela no seu convívio cotidiano com as
pessoas dentro da cidade.
Com efeito, a prática do
desrespeito ao patrimônio individual e coletivo e às regras do bom
comportamento se tornou comum. A luz do dia e, muitas vezes, no meio do vai e
vem de usuários das ruas e calçadas, ou até nas imediações de postos policiais são
cometidos atentados contra as pessoas. Atos de vandalismos tomam conta de
manifestações de rua em prejuízo de pessoas que, geralmente, também são vítimas
da falha ou falta de políticas públicas para suprir as demandas das cidades.
Como se não bastasse à cultura da violência e da banalização da decência também
toma conta de programas televisivos que dispõem de meios poderosos de (des) educação.
Para concluir e incentivar a
reflexão sobre esse “horror” que não condiz com a cidade como espaço de todos
cumpre ressaltar a necessidade de se resgatar a educação moral e cívica e, por
efeito, o convívio pobre-pobre, rico-rico, rico-pobre e pobre-rico nas políticas públicas
municipais antes que a multiplicação de “horrores” instaure o caos urbano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário