sexta-feira, 26 de julho de 2013

HORROR URBANO






O termo horror foi usado inesperadamente por uma jovem senhora dentro de uma agência bancária em Ribeirão Preto (SP), na semana passada. Seu gesto de espanto ocorreu quando um motociclista, aparentando pouco mais de 20 anos, se dirigiu a um dos terminais de caixa e, em seguida, foi abordado por um senhor, que fazia a segurança do local, solicitando-lhe a retirada de sua motocicleta da frente de uma área de estacionamento porque ela impedia a saída de veículos.
A indignação da jovem senhora mostrava sua desaprovação com a falta de consideração do motociclista com as normas da boa convivência nas cidades. 
Este não foi um ato isolado. Nota-se que, a cada dia, aumenta o número de pessoas com mau comportamento no uso dos bens públicos e particulares de interesse coletivo. Muitos indivíduos agem como se eles fossem donos das ruas, praças, calçadas, áreas de estacionamento etc., ou seja, dos bens de uso comum que constituem patrimônio da cidade e, portanto, de todos.
O “horror” manifestado pela mulher é resultado do seu descontentamento com a falta de educação que acomete um número crescente de indivíduos. A questão do estacionamento da motocicleta em local proibido foi a “gota d'água”; provavelmente resultou do acúmulo de vários atos incivilizados presenciados por ela no seu convívio cotidiano com as pessoas dentro da cidade.
Com efeito, a prática do desrespeito ao patrimônio individual e coletivo e às regras do bom comportamento se tornou comum. A luz do dia e, muitas vezes, no meio do vai e vem de usuários das ruas e calçadas, ou até nas imediações de postos policiais são cometidos atentados contra as pessoas. Atos de vandalismos tomam conta de manifestações de rua em prejuízo de pessoas que, geralmente, também são vítimas da falha ou falta de políticas públicas para suprir as demandas das cidades. Como se não bastasse à cultura da violência e da banalização da decência também toma conta de programas televisivos que dispõem de meios poderosos de (des) educação.
Para concluir e incentivar a reflexão sobre esse “horror” que não condiz com a cidade como espaço de todos cumpre ressaltar a necessidade de se resgatar a educação moral e cívica e, por efeito, o convívio pobre-pobre, rico-rico, rico-pobre e pobre-rico nas políticas públicas municipais antes que a multiplicação de “horrores” instaure o caos urbano.  



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