Este artigo remete à reflexão
sobre a produção, o uso e a ocupação da cidade.
Aqui cabem muitas perguntas,
mas pelas limitações de espaço optou-se por elaborar as seguintes:
1) quem e
para que se produz a cidade?
2) O que é produzir uma cidade?
3) Quem e porque
se usa a cidade?
4) O que significa ocupar uma cidade? As respostas a essas
perguntas fornecem as pistas para descobrir aquele que é ou deveria ser o dono
da cidade.
Então vamos às respostas pela
ordem acima:
1) alguns pensam que a cidade é produzida pelos loteadores e
construtores imobiliários ou comerciantes, prestadores de serviços e
industriais. Outros, porém, supõem que ela tem origem na iniciativa dos donos
das glebas que as colocam à venda para parcelamento em lotes.
Há também aqueles
que imaginam a cidade como propriedade exclusiva das autoridades municipais.
E,
para não se estender mais, ainda têm pessoas que arriscam a dizer que a cidade
é de todos, no sentido coletivo.
2) produzir uma cidade é viver,
compartilhar, opinar, decidir, agir e exigir ações sobre a dinâmica que a torna viva para o bem estar comunitário.
3) a rigor a cidade deveria ser
plenamente usufruída por todos visto que essa é a sua razão de ser. Uma cidade
sem o compartilhamento e a pulsação da vida de sua população não é uma cidade,
mas um aglomerado de materiais construtivos sem animação, portanto, impróprio à
natureza humana.
4) ocupar uma cidade é antes de mais nada fazer parte do seu
comando, exercer os direitos e deveres de cidadão, seja participando das
decisões sobre temas que implicam na sua transformação, seja cobrando atitudes
dos governantes perante questões que prejudicam o convívio social.
Assim ao contrário do que se
pensa o dono da cidade não é o governo municipal, nem tampouco os investidores
dos ramos econômicos e institucionais instalados na cidade, ou seus moradores,
mas todos os seus atores indistintamente.
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