A síntese dos
resultados de ambas as pesquisas é a seguinte: (i) Nem todos os médicos
prescrevem remédio pelo nome do princípio ativo ou de valor mais baixo, com
mesma eficácia, mas pelo nome comercial. O medicamento “de marca”, geralmente,
custa mais caro que o genérico e nem sempre está disponível nas pequenas
drogarias;
(ii) Há laboratórios, donos de patentes de
remédios caros, que exigem cadastro prévio, via 0800, para concederem “descontos
especiais” aos pacientes, mediante apresentação dos dados da receita médica através de cópia. A redução de preço, às vezes, chega a 50% do valor da
lista da farmácia. Trata-se de um controle financeiro que descaracteriza a
livre concorrência em prejuízo dos consumidores e das farmácias fora do
sistema;
(iii) A quantidade de medicamentos falsificados em circulação no
Brasil é superior à de outros países. As penalidades legais contra os falsificadores
geralmente são brandas e a legislação está desatualizada;
(iv) Um quinto dos
brasileiros usa remédio sem receita médica podendo ser vítima da falsificação e
seus efeitos. Tal fato também pode ser interpretado como falha do sistema de
educação e fiscalização para a saúde; e
(v) Não é incomum as redes varejistas do ramo usarem a estrategia de "cobrir o preço" umas das outras praticando descontos muitas vezes altos. Este procedimento pode significar que os preços colocados na lista não refletem a realidade da comercialização. Neste caso o consumidor que não pesquisa ou não faz pechincha sai perdendo.
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