sábado, 25 de junho de 2016

LUGAR COMO FERRAMENTA DE ANÁLISE DA (DES) UNIÃO EUROPÉIA

Resultado de imagem para imagens da saída da grã bretanha da União Europeia na visão da geografia
Fonte: Google

Os órgãos de comunicação e as redes sociais estão divulgando dados e opiniões sobre o resultado da votação que permite a Grã-Bretanha (Escócia, Inglaterra, Irlanda do Norte e País de Gales) deixar de fazer parte da União Européia. 

Porém, a cautela nas análises sob o ponto de vista da Geografia Política e Regional não autoriza firmar uma antevisão sobre os desdobramentos socioeconômicos e políticos nos âmbitos locais, regionais e internacionais desta apertada e histórica decisão.

Cumpre dizer que o fato de a Geografia se constituir num ramo científico que analisa a inter-relação da sociedade com o espaço geográfico a partir de conceitos e/ou categorias como, por exemplo, lugar, região e território, justifica a cautela dos geógrafos.

Nestes termos o resultado da votação e o significado de lugar, enquanto espaço apropriado e percebido socialmente, induz a lançar a seguinte hipótese. Parte da comunidade britânica percebe a União Européia como seu lugar de pertencimento (48,1%) e parte atribui o sentido de lugar tão somente ao seu território individual, ou seja, fora daquele bloco econômico (51,9). 

Em ambos os casos não é errado dizer que em qualquer parte do mundo civilizado não há homogeneidade na forma com que as pessoas de diferentes faixas etárias interpretam a vida pessoal, comunitária, nacional ou internacional. E, portanto, manifestam suas concepções e valores afetivos ou de identidade. 

Logo, as afirmações precedentes são inquestionáveis. Afinal se trata de uma longa convivência entre a multiplicidade de povos e interesses sociais, econômicos, financeiros, geopolíticos etc., que por décadas amalgamaram as relações socioespaciais entre os britânicos e europeus.

O resultado da votação também autoriza a registrar a possibilidade de as lideranças britânicas terem subestimado os estudos da Geografia sobre o lugar e a força extraordinária das redes sociais na formação da opinião pública. Não fosse isso é provável que elas teriam avaliado com a devida profundidade as características de identidade regional dos britânicos antes de definir a via política do plebiscito para decidir o tema. 

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