domingo, 1 de maio de 2016

GESTÃO DE RESÍDUOS E AS NOVAS TECNOLOGIAS

Fonte: Google

O presente artigo fundamenta-se nos dados extraídos de estudos realizados pelo seu subscritor, em 2006, 2013 e 2014; por Alejandrina Sáez e Joheni Urdaneta, da Venezuela, em 2014; e do Ministério do Meio Ambiente do Brasil, em 2015. 

As informações coletadas permitem dizer que os moradores e usuários das principais cidades latinoamericanas e caribenhas estão produzindo, diariamente, em seus domicílios, cerca de 0,19 a 1,81 quilogramas de resíduos e rejeitos sólidos. 

A experiência acadêmica e prática, do autor deste artigo, no tratamento do tema autoriza-lhe a assegurar que as variações nas quantidades produzidas podem ser atribuídas a quatro causas pelo menos. Ou seja, ao porte populacional, à dinâmica socioeconômica, as condições e os hábitos de vida e a qualificação do sistema de educação ambiental, coleta e controle de cada cidade avaliada.

No caso brasileiro, considerando o percentual sobre o total produzido, por exemplo, o Ministério do Meio Ambiente, apurou em 2012, que os resíduos secos ou inorgânicos domésticos representaram 31,9% e os úmidos ou orgânicos 51,4%. Ambos os valores somados totalizaram 83,3% de materiais recicláveis, ou melhor, com potencial de transformação em matéria prima industrial (alumínio, papel, papelão, sucata, vidro etc.), e composto orgânico de uso agrícola. Neste caso, sobrariam 16,7% do total produzido que se denominam rejeitos por não oferecerem condições técnológicas e/ou custo benefício de caráter econômico. 

Cumpre ressaltar, todavia, que numa leitura desses percentuais se constata aí a solução técnica e ambientalmente correta para a problemática socioespacial, sobretudo de natureza ambiental e econômica para esses materiais.

No entanto, tem-se a confirmação de que a sua destinação no solo, em aterros ou lixões, constitui-se numa prática usual em parcela das cidades latinoamericanas, como ocorre no Brasil. Aquí, se pôde constatar nas estatítiscas supracitadas que dos 97,5% do total coletado, 77,7% são aterrados, e 19,8% deixados no solo a céu aberto. 

E, paradoxalmente, uma das soluções para reduzir substancialmente esse modo  de destinação está, principalmente, na adoção de duas medidas simples. Quer dizer, o uso de novas tecnologias e o aproveitamento do alto contingente de pessoas vivendo em situação de risco social nas cidades brasileiras, indistintamente.

Portanto,  cumpre afirmar que essa parte da sociedade poderia obter ocupação, renda e vida dígna atuando sob o "guarda chuva" de uma política pública ajustada aos tempos atuais. Isto é, vinculadas a um sistema de gestão integrada em que se inclui a coleta seletiva, os dispositivos de separação para reciclagem e compostagem conforme as normas técnicas e regras cooperativistas. 

No entanto, observa-se que o enraizamento político, administrativo e social do antigo modelo de gestão e o baixo grau de cidadania pró ativa estão entre os fatores impeditivos de sua substituição, no Brasil. 

Leia mais: 


http://www.redalyc.org/pdf/737/73737091009.pdf

http://www.mma.gov.br/port/conama/processos/E99F974D/Doc_PNRS_consultaspublicas1.pdf

http://www.piacabucunews.com.br/novas-tecnologias-para-o-tratamento-de-residuos-solidos/

Um comentário:

  1. Tenho observado que na Espanha, principalmente na Andaluzia, há uma grande concentração de esforços no sentido de se aproveitar a matéria orgânica, que, como citado no artigo, no Brasil é o material de maior descarte. Em estágio em Córdoba (Espanha) verifico que há todo um conjunto de ações (coleta seletiva, encaminhamento às usinas de processamento e produção de composto) direcionado ao material orgânico. No Brasil, penso que deve haver maior atenção e investimento com relação à esse tipo de resíduo.

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