sábado, 5 de março de 2016

MEDICALIZAÇÃO: UM CONCEITO A SER MELHOR CONHECIDO


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Fonte: Google

Não faz muito tempo que essa coluna publicou artigos sobre a geografia médica e o rápido crescimento do número de lojas que vendem medicamentos (e agora energéticos) nas cidades brasileiras.

Hoje se publicam trechos de um trabalho científico sobre o tema medicalização em virtude de sua divulgação pela televisão, em meados de 2015, ter despertado interesse de muitas pessoas devido à aparente complexidade de seu significado. 

Além disso, não é incomum associar a medicalização ao fato de ter sido popularizado o uso de medicamentos de tal modo que em quase todas as residências tem alguma pessoa usando vitaminas; medicamentos industriais, homeopáticos, entre outros. 

A ideia é ter um remédio sempre a mão para resolver a dor de cabeça ou cólica, o estresse, mal estar, a irritação, insônia, ansiedade, depressão, indisposição, baixo rendimento escolar e vai por aí afora.

O trabalho citado é de Madel Terezinha Luz e, publicado em 1988, diz resumidamente que: “medicalização é o processo pelo qual o modo de vida dos homens é apropriado pela medicina e que interfere na construção de conceitos, regras de higiene, normas de moral e costumes prescritos – sexuais, alimentares, de habitação – e de comportamentos sociais. [...] outro uso freqüente do termo é 'medicalização do social'. [...] Essa expressão pode ser entendida como a forma pela qual a evolução tecnológica vem modificando a prática da medicina, por meio de inovações dos métodos de diagnóstico e terapêutico, da indústria farmacêutica e de equipamentos médicos. Por outro lado, pode ser usado numa referência às conseqüências que acarreta para o jogo de interesses na produção do ato médico”. 

O trabalho de Madel justifica as notícias de que a indústria farmacêutica cresceu demais e teria atingido a segunda posição em faturamento no mundo e ainda a presença de grande quantidade de lojas de venda de remédios. Chega-se a ter quase uma loja em cada esquina em algumas regiões das cidades médias ou grandes.

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